domingo, 29 de março de 2015

Because we should be happy

Quando eu era criança sempre que a atividade envolvia fazer um pedido eu pedia para ser feliz. Quero dizer, eu pedia para continuar sendo feliz. Então era assim: caiu um cílio e precisávamos disputá-lo, enquanto a amiga estava lá pedindo pro gatinho ficar afim dela eu pedia para continuar feliz. Na hora de soprar a vela do bolo enquanto a maioria ficava um tempinho pensando no desejo eu não tinha dúvida do pedido também... Meu maior medo era crescer e não ser feliz ou deixar de ser feliz uma criança feliz. 

Não posso dizer que meu pedido não foi realizado, mas assim, certo, certo também não deu, mas a razão é simples: a felicidade não é binária, mas sim composta de vários fatores. E se eu entendesse isso antes teria pedido aquela viagem de férias ou que o gatinho me desse bola mesmo, mas acabei desperdiçando os pedidos e os cílios.

Intrigada que estou com essa questão da felicidade tenho lido muito sobre o assunto e minha última aquisição foi o livro: The project happiness, de Gretchen Rubin. A ideia do livro é um projeto de felicidade, que duraria um ano. Contando que sua vida permaneceria nas CNTP (vulgo condições normais de temperatura e pressão) a autora se perguntava porque ela não podia ser mais feliz, visto que ela tinha tudo o precisava e por isso criou o projeto, para entender se com simples atitudes ela conseguira tornar-se mais feliz. Dividido por metas mensais, seus objetivos vão de limpar o armário à parar de fofocar, passando pelo relacionamento com as filhas, com o marido e as pessoas em sua volta.


Na sua maior parte o livro conta histórias e faz comentários triviais, nada muito profundo e o fato da autora já ter uma vida bem resolvida no que considero os principais pontos que afetam a felicidade: profissão e vida social (família e amigos) torna o livro um pouco superficial. Eu compartilho a questão levantada sobre pensar em como ser mais feliz quando já se tem tudo o que precisa e como não entrar na depressão tão comum na atualidade, mas não foi essa a maior contribuição do livro, mas sim o compartilhamento das pesquisas realizadas pelo autora e o simples fato de tirar um tempo para pensar nessa questão e entender como coisas simples podem afetar o nosso dia a dia e como pequenos passos podem nos guiar em direção a uma vida mais feliz. Muita gente tem vivido no automático, fazendo tudo que seja esperado que elas façam, mas em contra partida muita gente também tem buscado outros caminhos, fugido do senso comum e se arriscado em uma vida com mais propósito. O caminho do meio talvez seja o mais difícil. Como não ser uma pessoa alienada e que simplesmente não pensa sobre o que poderia ser diferente, mas também não precisar largar tudo e mudar radicalmente para testar algum ponto?

Ainda não descobri e comecei meus pequenos passos esse ano. O livro me ajudou a organizar minhas idéias e colocar no papel algumas metas pra esse ano, a identificar os bons momentos e me organizar para que eles aconteçam, tomando as rédeas da felicidade, ou ao menos de uma vida interessante, como é a teoria desse texto aqui (clica no link, vai).

O que eu quero dizer é que a felicidade, ou a vida interessante não é algo natural, pelo contrário, a infelicidade e a vida banal é que são. Coisas ruins acontecem à nossa volta constantemente e deixar que esses acontecimentos sobre os quais não temos controle ditem a nossa vida é desperdiçar a nossa maior vantagem como ser humano: a capacidade de ser resiliente, tendo a plena consciência disso. 

Em tempo:

Alguns outros links interessante sobre o assunto:

Se você quer fazer o seu próprio projeto e acha o método do livro válido aqui tem um resumo:


Se você quer a opinião sincera de alguém que largou tudo para sair por aí viajando, modelo de felicidade de muita gente atualmente, vai no blog da Fernanda e lê alguns textos dela, começando por esse aqui:


E depois esse outro, que é um exemplo de resiliência e que me ajudou muito em um momento parecido.


E por fim, esse aqui, que tem tanto conteúdo que deixa a gente doida! Mas é uma excelente fonte de pesquisa e ainda tem uns posteres ótimos, que nos ajudam a lembrar dos pequenos passos (olha o Great Dream).