domingo, 11 de janeiro de 2015

O que você quiser escolher.

Confesso que às vezes sinto uma certa inveja dos tempos antigos, onde não existia muitas opções. Cada um só podia escolher entre umas 3 profissões, se fosse mulher então, apenas uma. Ok, minha inveja já passou e prometo não cometer mais essa heresia. Acontece que fazer escolhas é uma tarefa árdua, que quanto mais opções existem, mais difícil fica.  E definir quais parâmetros utilizar na decisão ou desvendar as respostas dessas perguntas requer muita análise de si mesmo.

Em um dos últimos episódios da temporada de 2013 de Grey`s Anatomy Cristina Yang se perguntou: Do you know who you are? Do you know what is happening to you? Do you want to live this way? Ela precisava tomar uma importante decisão, sair da sua cidade, abandonar seus amigos e começar uma nova vida e não pensou em nada além de nela mesma. Não fez nada além dessa perguntas: quem você é? O que está acontecento com você? É essa vida que você quer viver? 

Beatrice Prior, e todas as personagens da trilogia Divergente, também tinham uma importante decisão a tomar quando tornavam-se jovens: decidir a qual facção pertencer. Mas Beatrice não tinha respostas suficientes parar tomar essa decisão e os testes de aptidão não a ajudaram em sua escolha, pois ela podia e queria ser muitas coisas, ela não se encaixava em uma só facção definida pelo governo. Mas como escolher algo único quando se quer viver diferentes experiências? Como passar a vida toda em um mesmo trabalho quando o mundo está a sua espera? Seria mesmo melhor não ter opção apenas para fugir do desespero da escolha? Imagine-se como Beatrice. Com apenas uma chance, uma opção sem volta e pense nela para valorizar a sua condição de escolher. 

Com Katyness Evergreen, de Jogos Vorazes, foi ainda pior. Não lhe foi dado escolha. Ela foi jogada na arena para lutar por sua vida, mesmo que isso significasse tirar outras. Ela só podia escolher entre viver (ou tentar viver) e se entregar para a morte e nesse caso o instinto frequentemente age mais que a lógica. E mesmo ganhando o jogo precisou conviver com o peso e a dor de matar pessoas inocentes.

Divergente e Jogos Vorazes tem várias semelhanças e ainda assim ambos valem a pena para quem gosta de filmes de ação com conteúdo. Mulheres como personagens principais representantes de força e liderança (mesmo que Katyness muitas vezes se recusasse a assumir esse papel), um governo opressor e uma população dividida. No final, apenas um objetivo: liberdade de escolha.

E assim eles nos mostram que pior que precisar escolher em um mundo cheio de opções é nem ter a chance de escolher.