segunda-feira, 30 de junho de 2014

Socorro

Acho que todo mundo já desejou, pelo menos uma vez na vida, não sentir nada!
Nunca consegui esse feito, mas toda vez que pego frustrada por isso lembro dessa música e do desespero que parece ser não sentir nada... Arnaldo Antunes já sabia e ensinou.

"Socorro alguém me dê um coração, que esse já não bate nem apanha
Por favor uma emoção pequena, QUALQUER COISA
Qualquer coisa que se sinta
Tem tanto sentimento deve ter algum que sirva."



 E pra quem gostou também vale a pena ouvir as versões de Gal Costa e Cássia Eller.


terça-feira, 17 de junho de 2014

Porque devemos aprender a falhar


Não sei se foi diferente em outras em tempos anteriores às redes sociais. Mas sei que em tempos de intagrans e facebooks falhar não é algo que passa pela vida das pessoas, ou pelo menos não é apresentado aos "amigos". Parece uma disputa por quem faz a melhor viagem, tem os melhores amigos ou o maior sucesso profissional. Não há espaço para o fracasso, mesmo sabendo que ninguém está livre dele. 

E por causa disso que me preocupa muito o modo como estamos levando a nossa vida e ensinando nossas crianças. O fracasso faz parte do cotidiano e é preciso aprender a lidar com ele para que possamos comemorar os sucessos. É disso que fala o excepcional livro: O andar do bêbado. Nele, o autor, Leonardo Mlodinov, descreve o papel do acaso em nossas vidas. Utilizando-se de conceitos estatísticos, mesclados com senso de humor e casos reais extremamente interessantes o livro tenta mostrar ao leitor que a maioria das coisas na vida não pode ser prevista e os acontecimentos não têm uma relação direta com nossas habilidades ou "predestinação". Ou seja, que o nosso futuro é tão certo quanto o próximo passo de um bêbado. Essa afirmação assusta muita gente. Muita gente que acredita ter as rédeas de sua própria vida e outros que colocam tudo na conta do destino e do "estava escrito que seria assim". No final das contas nenhum dos dois grupos fala do acaso ou está preparado para aceitar o incontrolável e geralmente lida com as falhas de modo frustrante. Ou para de tentar com medo de falhar novamente ou para porque acredita que aquilo "não era para ser". Mas o que Mlodinov nos apresenta não é bem assim. Nas palavras do próprio autor:

"Pode parecer assustadora a ideia de que o esforço e o acaso, tanto quanto o talento inato, são o que realmente importa. No entanto, eu a considero estimulante, pois, enquanto nossa constituição genética está fora do nosso controle, o grau de esforço depende de nós mesmos. E os efeitos do acaso também podem ser controlados, na medida em que, dedicando-nos a tentativas repetidas, podemos aumentar nossa chance de êxito."

É esse o princípio: muita coisa nas nossas vidas não vai sair da maneira como desejamos, pois o acaso, (que dependendo da sua participação também pode ser chamado de sorte, ou azar) vai cumprir o seu papel e não adianta espernearmos quanto a isso. Por isso, se você quer muito uma coisa aprenda a falhar, aprenda a se levantar após cada tombo e continuar correndo atrás, pois raramente a primeira tentativa será bem sucedida e quanto mais você tentar mais chance terá de conquistar o desejado. E nem é preciso entender muito de estatística para saber disso. Pois até Raul Seixas já dizia: tente outra vez!